quarta-feira, 14 de março de 2018

E é isto #30 ou A Arte de Bem Relativizar


No fim-de-semana passado, passei-me.
Eu, que tinha tudo devidamente desenhado; desandei.
Eu, que me considerava calma; cambaleei.
Eu, que me sentia segura; serpenteei.
Eu, certa da minha escolha; escorreguei.

Tinha passado dias a fio, a estudar o código braille
Dediquei horas preciosas a dispor, com arte e engenho, no word, pontos e mais pontos, em carreirinhos. 
Não me valeu de nada.
A minha sorte é não ter esquecido por completo o que me ensinaram nas aulas de língua gestual. 
E eu sempre tive bastante jeito com as mãos.

Nunca tinha posto em causa a minha fisionomia. Sempre reivindiquei o ser franzina como um trunfo. [je suis l'as de pique, tiens-toi à carreau.] 
Mas, no fim-de-semana, desejei, por instantes, ter um antebraço menos delicado.
Não me valeu de nada.
A minha sorte é ter ombros. Este tipo de ombro peculiar. 
E tu sempre tiveste imenso jeito para o elogiar.

2 comentários:

  1. Alors? T'as peter un câble?

    Acontece aos melhores! Os piores não têm desses problemas!

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    1. Engraçado, foi exactamente a expressão que usei, noutra rede social, para confessar o meu estado, na altura.

      Aos melhores? Isso depende do ponto de vista. Sempre. ;)









      [Já agora, é: T’as pété un câble? ;p]

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